FAQ

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O termo “catarata” é dado para qualquer tipo de perda de transparência do cristalino, lente situada atrás da íris, seja ela congênita ou adquirida, independente de causar ou não prejuízos à visão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa.
Na maioria das vezes a catarata não pode ser diagnosticada a olho nu e nem mesmo é percebida facilmente pelos próprios pacientes, nas suas fases iniciais. Os principais sintomas da catarata são: sensação de visão embaçada, alteração contínua da refração (grau dos óculos), maior sensibilidade à luz, espalhamento dos reflexos ao redor das luzes e percepção que as cores estão desbotadas. Geralmente há uma piora da miopia com redução da visão em baixo contraste e baixa luminosidade, principalmente para longe, comparativamente à visão para perto. Somente o oftalmologista poderá solicitar os exames necessários para a confirmação do diagnóstico, bem como, indicar o melhor procedimento cirúrgico para tratamento.
O tratamento da catarata é cirúrgico. A cirurgia de catarata é a cirurgia mais realizada na oftalmologia e foi uma das técnicas cirúrgicas que mais evoluiu nas últimas décadas. Há pouco mais de 30 anos, era realizada sob anestesia geral, a catarata era removida através de uma incisão ampla, seguida por implante de lente intraocular rígida e múltiplas suturas do globo ocular. Atualmente, a incisão é de cerca de dois milímetros, a catarata é emulsificada (fragmentada) em pequenos pedaços e aspirada por um aparelho chamado de facoemulsificador e a lente intraocular é dobrável. A incisão de pequeno tamanho e arquitetura auto selante, geralmente, dispensa a utilização de suturas. Trata-se de um procedimento microscópico de alta complexidade, é muito seguro, porém, como qualquer procedimento invasivo, não é isento de riscos. A tecnologia atual e a experiência do cirurgião reduzem significamente esse risco. A saúde geral e ocular do paciente, bem como sua história familiar, são fatores que influenciam diretamente o resultado cirúrgico. Além disso, é fundamental que o paciente siga as orientações pré e pós operatórias de seu oftalmologista para minorar os riscos.
Atualmente a cirurgia da catarata tem o potencial de corrigir o grau de olhos míopes, hipermetropes e astigmatas através das modernas lentes intraoculares. Porém temos que ressaltar que esta correção vai depender de múltiplos fatores como a técnica cirúrgica, cicatrização do paciente e principalmente o cálculo dos implantes intraoculares e o tipo de lente implantada. É necessário entender a diferença entre independência dos óculos e eliminação total do grau. Mesmo com independência, pode haver necessidade de utilização de óculos para determinadas atividades. Além disso, características pessoais, oculares e das lentes intraoculares recomendadas para cada situação interferirão na maior ou menor independência dos óculos.
As orientações específicas quanto aos exames clínicos e oculares serão fornecidas pelo oftalmologista responsável.
Não. Uma vez retirada e substituída por uma lente intraocular, a catarata não voltará mais. O que pode ocorrer em alguns casos é um processo de fibrose na membrana que serve como suporte para lente intraocular. Dependendo da intensidade dessa fibrose a membrana pode se tornar opaca prejudicando a visão. Para resolver essa opacidade é recomendado um procedimento denominado de capsulotomia por Yag Laser. Este procedimento é realizado em caráter ambulatorial, é indolor e, quando indicado, traz melhora significativa da visão.
A cirurgia refrativa está indicada geralmente para pacientes que desejam reduzir a dependência dos óculos. Ela se destina a corrigir os erros refrativos mais comuns, tais como, miopia, hipermetropia e astigmatismo. É importante realizar exames específicos na avaliação pré operatória para saber se a cirurgia pode ser realizada com segurança no caso em questão.
Atualmente, são realizadas duas técnicas principais: PRK e iLasik. Ambas tem uma eficácia semelhante para reduzir a dependência dos óculos, entretanto possuem diferenças principalmente na recuperação pós operatória. Não existe técnica melhor nem pior, cada uma tem vantagens e desvantagens e cabe ao médico responsável discutir com o paciente qual técnica é mais adequada para o seu caso em particular.
Normalmente a cirurgia refrativa é indicada para os pacientes que apresentam estabilidade do grau (refração) antes de realizar a cirurgia. Essa informação pode ser obtida através do acompanhamento clínico ou da comparação com os óculos anteriores. Nos casos em que essa estabilidade é comprovada, a duração da cirurgia geralmente é prolongada, e o paciente permanece livre de óculos por vários anos após a cirurgia. Pequenos graus residuais podem aparecer depois, entretanto isso não afeta o sucesso do procedimento, não gerando queixas importantes aos pacientes operados.
A recuperação da cirurgia refrativa é diferente para cada paciente. Após o procedimento, pode ser que os olhos sofram incômodos, dependendo do tipo da cirurgia (PRK ou LASIK). A recuperação total da visão acontece cerca de três meses depois da cirurgia, mas a estabilização da visão do paciente pode ocorrer antes.
O ceratocone é uma doença ocular que deixa a córnea do olho curvada para a frente, ficando semelhante a um cone — daí a terminologia da doença O ceratocone ocorre com mais frequência na adolescência, podendo se estabilizar com o tempo ou prolongar-se aproximadamente até os 35 anos de idade. Seus seus sintomas — como visão desfocada e sensibilidade à luz — podem ser facilmente confundidos com outras doenças, em especial, o astigmatismo.
Geralmente o paciente suspeito de ceratocone apresenta um histórico de coceira nos olhos, aumento progressivo do grau dos óculos (refração) com trocas frequentes, além de não enxergar bem, mesmo com óculos novos. O exame de topografia ou, mais recentemente, de tomografia de córnea pode confirmar o diagnóstico, a fim de que seja recomendado o tratamento mais indicado.
Existem diversos tratamentos para o ceratocone, cada um com uma finalidade específica. O paciente deve primeiramente saber se está apresentando evolução da doença, pois nesses casos o crosslinking é recomendado, afim de estabilizar essa progressão. No campo da reabilitação da visão, estão os óculos, lentes de contato, implante de anel e transplante de córnea. Cada tratamento tem uma indicação, vantagens e desvantagens, sendo papel do médico especialista a indicação precisa, para obter os melhores resultados. O transplante de córneas, técnica cirúrgica mais consagrada, atualmente é reservado aos casos mais graves, geralmente quando existe insucesso de todos os outros tratamentos previamente tentados.
O ceratocone pode se apresentar de maneira progressiva, principalmente na faixa etária mais jovem (crianças e adolescentes). O tratamento da aplicação de radiação ultravioleta (crosslinking) tem evoluído bastante, e atualmente é capaz de frear a evolução da doença. Os pacientes devem ter o diagnóstico feito de maneira precoce, para que os quadros mais graves sejam evitados. Entretanto, mesmo em casos graves é possível reabilitar a visão, tendo em vista o surgimento de lentes modernas, tais como as lentes esclerais, assim como a evolução dos desenhos e formatos de anéis intraestromais (como o anel de Ferrara).
Todo paciente que é portador de grau (erros de refração) é um potencial candidato ao uso de lentes de contato. É importante realizar a adaptação de lentes de contato após a consulta oftalmológica completa, afim de excluir possíveis problemas ou doenças que possam interferir no sucesso da adaptação das lentes.
Através da consulta oftalmológica e do teste de adaptação de lentes, o médico é capaz de decidir qual lente é mais adequada para o paciente em questão, levando em consideração o grau (refração) e presença de doenças como o ceratocone, altos astigmatismos, miopia, dentre outros. O paciente NUNCA deve fazer uso de lentes de contato sem supervisão médica, sob risco de prejudicar sua saúde ocular, até mesmo desenvolvendo sérias complicações, tais como úlceras de córnea.
O paciente portador de ceratocone normalmente representa uma adaptação de lentes de contato mais desafiadora, de modo que é recomendado um especialista para indicar a lente que é mais adequada para o seu caso em particular. Existem vários modelos: lentes gelatinosas, rígidas corneanas, semi-esclerais, esclerais e cada uma apresenta vantagens e desvantagens. Não existe uma lente que seja indicada para todos os casos, e é papel do médico especialista indicar a lente com melhor visão, conforto e menor custo para o seu paciente. As lentes esclerais geralmente são indicadas em casos mais graves de ceratocone, enquanto que as corneanas são as mais comumente adaptadas e com melhor custo benefício.